segunda-feira, 27 de abril de 2015

#NãoCanteHeresias 6 - Raridade - Anderson Freire

E aí galera gospel? Tranquilo?

Hoje o #NãoCanteHeresias vai ser sobre a Música "Raridade" do Anderson Freire. A análise foi feita pelo irmão Renato Vargens.




Outro dia alguém me perguntou o que achava da música "raridade" composta por Anderson Freire.

Confesso que até então nunca tinha ouvido nada a respeito dele muito menos de suas obras. 

Pois bem, diante do fato, visando conhecer o conteúdo teológico da dita canção, pedi ao meu inquiridor que me enviasse a letra para que  à luz das Escrituras avaliasse seu conteúdo.

Antes de tratar da letra em si, vale a pena ressaltar que não estou avaliando o compositor, nem tampouco sua motivação em compor essa canção. Minha avaliação é exclusivamente teológica e nada alem disso, portanto, evite comentários do tipo, "Não julgueis", "você não conhece o coração dele" e outros mais, combinado?

A letra em si (veja aqui) não possui heresias hediondas que afrontem ao Senhor, todavia, ela é "perigosa" porque  possui pelo menos quatro equívocos teológicos que podem levar a igreja de Cristo a uma visão distorcida do Senhor, senão vejamos:

1-) A letra da música é absolutamente antropocêntrica. Nota-se claramente que o foco da canção não é a glória de Deus e sim o homem.

2-) A letra da música faz de Deus um ator coadjuvante onde no cenário da vida quem brilha é o homem. Repare que o Senhor não passa de um facilitador visando com isso a satisfação do fiel.

3-) A letra da música faz do Senhor um promotor de "autoajuda" oferecendo ao que canta a certeza de que Deus ao contrário do homem  reconhece o valor do fiel.

4-) A letra concede ao homem uma "glória" que ele não tem e  nem possui, como também um valor que não existe, mesmo porque, a natureza humana é má, perversa bem como desprovida de valores capazes de satisfazer a Deus.

Isto posto, não recomendo a Igreja de Cristo a entoação desta canção em seus ajuntamentos.



Pense nisso!

Extraído de : http://renatovargens.blogspot.com.br/2015/03/uma-breve-avaliacao-da-musica-raridade.html

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O Outro Lado

Olá pessoal. Hoje quero falar a respeito de algo que aconteceu a algum tempo e que tomou um destaque na internet, apresentando a vocês o outro lado de quem vivenciou essa história.
Em 2012, em um site chamado acritica.uol,¹ foi publicado uma matéria a respeito de alguns alunos evangélicos de Manaus que se recusaram a fazer um trabalho a respeito da cultura afro-brasileira, o que, segundo o site, mostrava preconceito e ignorância da parte desses alunos. Conversei com a Stepahnie Noronha e Jhonatan Kanarski, que eram uma alunos nessa época, e contaram seus pontos de vista a respeito dos fatos que essa matéria narrou.
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Eu: Que idade vocês tinham quando aconteceu esses eventos?

Stephanie: Eu 16 anos e o Jonathan 17.

Eu: Qual era o objetivo principal de vocês com esse protesto?
Stephanie
Bom, queríamos apenas que a escola desse uma outra opção de avaliação que não tivéssemos que representar ou fazer parte dos cultos, tanto que fizemos trabalhos escritos referente a cultura afro e todo o plano de ensino da feira, só não íamos participar da apresentação da feira, pois sabíamos como seria no dia e foi exatamente como suspeitava.
Jhonatan: O objetivo era da mudança na forma de como se estuda outros tipos de cultura e religiões, de modo a permitir a laicidade sem interferir, no sentido de prático, nas crenças de cada um. Sabíamos que o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana no Brasil é lei: (Lei 10.639/03) em prol do interesse coletivo, em torno da liberdade de expressão e culto. Mas como se dá a didática educacional na aplicação dessa lei? Até que ponto se atinge um limiar entre o estudo, no sentido de transmitir conhecimento ao próximo, e a exposição ao que se está estudando na prática? É o mesmo que se estudar a forma e o comportamento homossexual, por exemplo, e ter que viver a homossexualidade ou me caracterizar de homossexual para que os outros, porventura, venham a entender o que quero ensinar. Não é preciso ir tão longe: Se estudarmos a prostituição, por exemplo, caracterizaremos-nos como uma prostituta? Só compararmos ao estudo do islamismo. A questão é: não preciso praticar uma cultura, religião, ou qualquer ideologia para que dela venha exprimir algum tipo de conhecimento específico. A quem queira saber, os livros que os alunos foram obrigados a ler (que a matéria não citou) são: O Bom-Crioulo, Tenda dos Milagres e Jubiabá, obras de Jorge Amado.
Eu: E porque vocês dizem que a matéria foi tendenciosa?

Stephanie: Bom, a matéria não foi somente tendenciosa, além de parcial, foi mentirosa. Dizendo que havíamos nos recusado a fazer trabalho sobre a cultura afro, nos colocando como racistas, e nós não nos recusamos, nós fizemos os trabalhos escritos sobre a cultura afro e estudamos o que eles pediram, lemos todos os livros também e em nenhum momento alegamos ou fizemos o uso da palavra satanismo* como o motivo, o que nos recusamos foi apenas ter que representar o culto a orixás e a homossexualidade na feira, a qual é aberta ao público. Em nenhum momento nos recusamos a estudar o assunto ou algo do tipo, nossos professores sabiam disso, isso foi tratado em reunião com assinatura de representantes da SEDUC e com nossos pais, eles não iriam assinar um documento que diria que aceitavam nossa recusa do trabalho ou que desse a entender que somos racistas. Eles sabiam que queríamos fazer o trabalho, ter nossa nota, somente não concordamos com a representação daquilo que fere nossos princípios. A matéria só é verdadeira quando cita os representantes convidados pela escola e segue com suas falas, antes disso, quando diz até que foi dito algo por uma das alunas, foi desvirtuada a fala. A matéria não cita o que a escola fez, a perseguição que sofremos da mesma, e nem o descaso que ela fez durante todo o ano letivo com esse assunto e o descumprimento do que foi decidido nas reuniões com assinatura na ATA. Outro fato é que a matéria diz que tinham somente evangélicos, sendo que também existiam católicos romanos protestando, além de adventistas.
Eu: Que tipo de cristianismo vocês professam?

Stephanie: Professo o cristianismo bíblico, a fé reformada, sou uma cristã calvinista, logo defendo os 5 pontos e as 5 Solas. Jonathan: Cristão Protestante.


Eu: O que vocês acham interessante expor aos leitores?

Jhonatan: Bem, a escola tinha as intenções certas e as aplicou da forma errada! Foi bem paradoxal mesmo. Vamos promover o conhecimento e expandir o ensino da cultura afro, sem discriminação, sem preconceitos. Porém, a dinâmica apresentada acabou entrar em um campo muito delicado das crenças de cada um, digo, os que praticantes e fiéis às suas crenças. Quando se tem um instituição laica, o objetivo e práticas escolares devem ser de tal modo a propor atividades interdisciplinares que não venham a entrar na individualidade e particularidades das crenças dos alunos. Religiões devem ser estudadas sim... Porém da forma laica. O que a escola fez, na verdade, foi tentar estudar cultura e religião da forma errada. O que gerou consequências visíveis na forma de agir e pensar de todos, e por isso todos se voltaram contra nós. Porém a posição rígida da escola e inamovível em relação à didática, nada laica, que se estava sendo proposta e resistida por nós, por percebermos a invasão nas nossas crenças e práticas cristãs, passou a todos que estávamos sendo desrespeitosos, intolerantes, preconceituosos, arrogantes, ignorantes e até mesmo anarquistas em certo ponto (risos). Ficamos segregados, separados por uma questão simples e fácil de ser resolvida. Não pedimos para não estudarmos o que se está proposto na Lei. Não há motivo para que se não estude a cultura e religião afro-brasileira.Quando na verdade queríamos apenas cumprir a Lei e o estudo previsto nela, da forma como realmente deve ser estudada. A repercussão da posição da escola mostrada a todos os alunos e da mídia impressa parcial, marcou nosso dia a dia naquele colégio. Se fossemos alunos de cabeças fracas tínhamos sido afetados bastante pela repulsa dos alunos no geral. Além de toda a humilhação que nós passamos, ao professor difamar a nossa atitude na frente de todo mundo. Stephanie: Mas tudo o que nos ocorreu, não abalou a nossa fé, de forma alguma, fez com que fortalecesse muito mais, pois sabemos em Quem cremos e sabemos que iremos passar por perseguições, oposições e calúnias por amor a Cristo, e o Senhor foi Fiel conosco em todo o tempo, Ele é a nossa força, e fomos bem-aventurados por passar por isso!
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Conclusão:
Muitas vezes somos tomados pela preguiça e falta de senso crítico, julgando algo sem conhecermos a fundo o que de fato esta se passando. Sabemos que o movimento evangélico no Brasil tem se tornado caricato, e por isso vários rótulos se confundem com aqueles que confessam o protestantismo. Sofremos na sociedade uma espécie de bullying religioso, onde nossa fé e opinião são taxados como retrocesso social, pra abrir o caminho da indiferença quanto ao que acreditamos ser moral e ético. Que nossos corações possam de fato conservar um evangelho genuíno, ainda que todo esse sistema humanista não nos tolere por isso. Somos sal desse mundo, e o Espírito Santo nos guiará para que possamos conservar suas palavras fiéis.

Soli Deo Glori





Obs.: Interessante observar que, depois desse evento, a escola proibiu a reunião de oração que tradicionalmente  os alunos faziam antes da aula, de acordo com os entrevistados.






¹ Matéria na íntegra: http://acritica.uol.com.br/noticias/Amazonas-Manaus-Cotidiano-Polemica-alunos-professores-trabalho-escolar-afro-brasileiro-evangelicos-satanismo-homossexualismo-espiritismo_0_808119201.html