Mão na Roda - Imago Dei II parte C

Para encerrar nossos estudos sobre Imago Dei (parte A e parte B aqui), falemos um pouco do ato de refletir a imagem de Deus e da importância da obra de redenção nisso.

A história da religião Cristã evoluiu ao longo dos séculos mostrando um Deus criador e redentor. Após a feitura de homem e mulher no Éden (criação) o ser humano se afastou de Deus (queda), o que Deus faz para que não haja essa quebra no relacionamento? Ele ensina ao homem a sacrificar animais como símbolo de arrependimento, para que Deus seja propício ao homem e possa aceitá-lo novamente.

E tirará toda a sua gordura, como se tira a gordura do cordeiro do sacrifício pacífico; e o sacerdote a queimará sobre o altar, em cima das ofertas queimadas do Senhor; assim o sacerdote por ele fará expiação dos seus pecados que cometeu, e ele será perdoado.
Levítico 4:35

O Antigo Testamento conta a história do início dos tempos, e desde então existem os sacrifícios. Quando Adão e Eva pecaram, Deus matou animais para fazer-lhes roupas. Caim e Abel sacrificaram a Deus. Quando o dilúvio acabou, Noé sacrificou animais. E, por fim, o sacrifício de animais foi instituído (como mostrado no livro de Levítico) no culto judaico. Deus havia dado a Lei para que os judeus soubessem o que era certo e errado, Deus falava por intermédio dos profetas para chamar seu povo ao arrependimento, e o povo, em sinal de arrependimento, sacrificava a Deus.

No Novo Testamento, os sacrifícios foram extintos porque o Sacrifício dos Sacrifícios havia sido feito. Cristo, o cordeiro imaculado, morreu para que os pecadores fossem perdoados. A Lei passa a ser inscrita nos corações dos eleitos de Deus (que deixam de serem apenas os israelitas, passando a serem pessoas de qualquer nacionalidade), e podemos simplesmente professar o nosso arrependimento crendo no sacrifício de Jesus Cristo para nos justificar diante do Deus pai.

Dessa maneira, ao contrário do muito se ouve dizer no meio evangélico moderno, é preciso se declarar sim RELIGIOSO. Religioso é aquele que segue uma religião, e religião significa religação (do latim religare). Essa religação acontece entre Criador e criatura. E aí é que está a afirmação da religião cristã sobre todas as outras. Na maioria das religiões é o homem quem busca se religar ao cosmos (à sua própria essência original). No Evangelho, Deus vem tentando, desde sempre trazer o homem perdido para ter comunhão consigo novamente. E essa “re-comunhão” é o que faz com que nós, pobres pecadores, reflitamos a imagem daquele que nos criou.