quinta-feira, 24 de julho de 2014

Post UMR - Atributos de Deus


O tema dessa semana para as postagens da UMR é Atributos de Deus. Existe uma série de características reveladas através da Bíblia (e somente por ela) que nos levam a, humildemente, traçar um “perfil” de Deus. É introduzindo a isso que o texto a seguir trata. E aí, vamos estudar!

Nós, seres humanos, só temos características pessoais porque Deus também as tem (pois, como aprendemos semana passada nos posts sobre Imago Dei; partes A, B e C; fomos feitos à Sua imagem e semelhança). Mas, é preciso entender, primeiramente, algumas questões importantes sobre a existência de Deus.

Dividiremos o que será dito neste texto em quatro etapas: Deus criou, Deus se revelou, Deus se apresentou e Deus é trino.

O livro de Gênesis é o lugar de onde podemos tirar as nossas primeiras conclusões sobre o caráter de Deus e, logo de cara, a primeira conclusão é que sempre haverá um vão no entendimento humano sobre Deus. Portanto, sejamos humildes para conosco mesmos para que não venhamos a achar que não estamos entendendo algo porque não temos capacidade. Dentro da religião, existem coisas que não foram feitas para se entender mesmo (e não, este não é um convite à ignorância).

Fechando nossa última nota, voltemos ao livro de Gênesis, que nos mostra um Deus primeiramente eterno. Ao contrário do que o nosso senso comum indica, a palavra eterno não é exatamente sinônima da palavra imortal. Eterno amplia o sentido de imortal não apenas para algo que nunca deixará de existir, mas também para uma algo que não teve começo, que sempre existiu. Deus é a força motriz (na terminologia metafísica do pensamento filosófico), a energia autoexistente que deu origem a tudo. Ou seja, dizer que Deus é eterno não significa apenas dizer que Ele nunca terá fim, significa dizer, também, que Deus sempre existiu. Pois bem, este Deus que sempre existiu, é o Deus que cria.

Diferentemente dos outros mitos da criação teístas (que em geral, assim como o mito da criação evolucionista, mostram a criação como algo acidental, espontâneo e ausente de sentido), Gênesis apresenta um Deus eterno e autossuficiente, que não precisaria de nada para se afirmar como o Deus (pois já o era e tinha consciência disso) e que quis criar tudo o que existe. A vontade de Deus em criar as coisas dá àquele que crê na criação a evidência de algum propósito para tudo isso a que chamamos de vida.
Além disso, Deus se revelou. Como ouvi alguém dizer na internet, a existência de Deus se autojustifica através da criação. Uma vez que seja possível para alguém crer que Deus criou tudo (João 1:3), tudo o que foi criado aponta para a existência de um Deus criador. Paulo também fala sobre isso na Epístola aos Romanos (cap. 1: ver. 20).

Após ter-se revelado, Deus se apresentou. Ao longo de todas as Escrituras Deus recebe vários nomes exaltando alguma de suas características. Entretanto, um nome foi designado pelo próprio Deus; YHWH, ou Yahveh (no hebraico “pronunciável”), ou Javé (em bom e velho português). Comumente, se diz que Javé está para “Eu sou”, o que indica a eternidade do Deus. Pois bem, este nome que Deus escolheu para si mesmo, Javé, tem um significado muito mais extenso, o autor Rodrigo Bibo de Aquino (podcaster e blogger do BiboTalk), no livro Mosaico Teológico, citando Motyer, diz as seguintes palavras sobre esse nome. 


[...] a tradução mais próxima do sentido do nome de Deus não seria EU SOU O QUE SOU, mas, EU ESTAREI PRESENTE QUANDO VOCÊS PRECISAREM, isto é, transformar-me-ei naquilo que vocês precisam! Isso, porque “ser”, no AT [Antigo Testamento], não significa um ser em si absoluto, mas antes, um “estar aí/ presente/ atuante” ou até um “revelar-se como auxiliador”. (AQUINO de. 2013. P. 21)

Por fim, mas, não menos importante: Deus é trino; Pai, Filho e Espírito Santo. Como disse Renato Russo na canção Índios “Quem me dera, ao menos uma vez, entender como só Deus ao mesmo tempo é três?”. 

Pois bem, respondamos então a questão.

Primeiramente, é evidente que Deus seja trino através da Bíblia. Já em Gênesis 1: 23; Deus disse “façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. O pronome não está errado, e não é, de certo, uma falha em todas as traduções de todas as Bíblias no mundo, mas trata-se, sim, da primeira evidência de que existem três pessoas formando a pessoa de Deus. Ao longo da revelação da Bíblia, o agir do Deus pai é evidente de Gênesis ao Apocalipse. Jesus Cristo aparece no Novo Testamento e prediz a vinda do Espírito Santo, que é demonstrado em todo o ministério de Cristo e do dia de pentecostes em diante. O que confunde (e ao longo do tempo fez com que alguns teólogos criassem heresias, negando alguma das pessoas da trindade, ou até mesmo a própria trindade, comum em algumas seitas ditas cristãs) é o fato de todas essas pessoas da trindade terem de possuir os mesmos atributos de Deus, para que se prove que todas são Deus e Deus é um só, formado por três pessoas.

Fácil?

Não, nem um pouco.

 Mas, podemos cogitar algumas possibilidades para “entendermos” como pode Deus ser três e ser um ao mesmo tempo. Tomemos duas coisas em consideração para entendermos a trindade. 1) A suficiência e inerrância das Escrituras; 2) entender que Deus é o único ser eterno.

Vamos lá, Deus pai mostra-se primeiramente no Gênesis, lá entendemos que Ele é eterno. Mas e Jesus Cristo, Ele é eterno?
A Bíblia diz que sim em: Apocalipse 13:8; Hebreus 4:3; I Pedro 1:20; Efésios 1:4; Jó 19 : 23 a 2.

E o Espírito Santo?
Vejamos Hebreus 9:14

quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, para que sirvamos ao Deus vivo!

Ou seja, se Deus é o único ser eterno e 1) Deus pai é eterno, 2) Jesus Cristo é eterno e 3) O Espírito Santo é eterno, então podemos dizer que Deus é trino porque é eterno e vice-versa. Essa coexistência se estende a todos os outros atributos de Deus, não mencionados aqui devido ao espaço.
Os primeiros apologetas da história do cristianismo tinham de se defender de acusações de politeísmo por causa da trindade. Veja bem, o Cristianismo não é uma religião que adora a três deuses diferentes, e nem Deus é dividido em três partes diferentes. Deus é harmoniosamente constituído de três pessoas que possuem exatamente os mesmos atributos. Outra comparação para tentarmos “entender” a trindade pode ser feita da seguinte maneira: pense em Pai, Filho e Espírito Santo como o tempo (esta é uma análise feita por Adauto Lourenço). O tempo pode ser passado, presente e futuro. Passado não é presente, presente não é futuro, futuro não é passado. Mas todos os três formam, harmoniosamente, o que chamamos de tempo. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, o Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito Santo, e o Espírito Santo não é o Pai. Mas todos os três formam, harmoniosamente, o que chamamos de Deus.
Em suma, ao ler qualquer coisa sobre a criação das religiões, e sobre os atributos da divindade que adoras, é necessário entender que para a religião cristã, tudo que existe foi feito pela vontade criadora de um Deus eterno. Esse Deus se revelou e se apresentou, e por fim, esse Deus (que é apenas um Deus) é formado de uma trindade.

REFERÊNCIAS:

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