terça-feira, 2 de setembro de 2014

Apologética - Desafios do Passado e do Presente


A palavra apologética tem a mesma origem da palavra apologia, que, holisticamente, significa “fazer defesa a uma ideia”. A prática da apologética cristã, primeiramente é Bíblica, pois é através dela que defendemos nossa fé de ensinos estranhos, além de creditarmos o cristianismo como algo veraz, que realmente mereça justiça junto ao meio em que vivemos. Através da apologética podemos tirar o conjunto de crenças cristãs da prateleira das “superstições religiosas” e dar a elas toda uma significância lógica e filosófica que nos ajudará a cumprir o pedido da primeira epístola de Pedro

Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós,

1 Pedro 3:15



Contudo, além de dar a razão da esperança cristã, a apologética, ao longo da história, teve de desenvolver métodos para defender a fé cristã e o direito do cristão professá-la (principalmente em tempos de perseguição religiosa). É claro que nos tempos atuais, em países com diversidade e tolerância religiosa, não há mais a mesma perseguição aos cristãos como havia nos primeiros séculos (em que o cristianismo era visto como uma ameaça para os governos), portanto, os motivos apologéticos, hoje, são, por assim dizer, muito mais didáticos (refutando heresias e ensinamentos antibíblicos) do que voltados para a proteção do cristão.
Abaixo, algumas acusações contra os cristãos primitivos e alguns desafios da apologética dos primeiros séculos.


1-      Os cristãos mantêm relacionamentos incestuosos. Por tratarem-se uns aos outros por irmãos, aqueles que viam ao cristianismo como ameaça acusavam aos cristãos de incesto. Os apologétas deveriam gastar um tempo explicando toda a cosmovisão da criação cristã até a adoção de todos os cristãos por meio de cristo para resolver o caso.
2-      Os cristãos não adoram a nenhum deus. Sim, por mais paradoxal que possa parecer, essa era uma acusação comum contra os cristãos. No imaginário coletivo da antiguidade, havia uma relação entre a divindade e sua imagem. Entretanto, Deus, desde o sempre, quis abolir que se fizessem imagem para Ele. Por isso, os religiosos daquele tempo constantemente caluniavam o cristianismo relacionando-o com alguma forma de ateísmo.
3-      Os cristãos são politeístas. Em contrapartida da falácia de que cristãos na verdade eram “ateus” (porque não adoravam a nenhuma imagem de deus); algumas pessoas ainda diziam que os cristãos eram politeístas porque criam não em um, mas em três deuses. Não havia um entendimento pleno da trindade (e isso, inclusive, levou vários teólogos antigos a criarem heresias sobre o assunto).
4-      Os cristãos são canibais. Essa infâmia era usada embasada no momento da ceia, em que os cristãos diziam comer a carne e beber o sangue de um homem morto.
Nesta era em que vivemos, os que se dizem apologétas tem outros desafios para driblar, abaixo chequemos quatro deles.


1-      Apologétas são religiosos. Infelizmente, espalhou-se no evangelicalismo brasileiro que ser religioso é algo ruim (ignorando-se totalmente o real significado da palavra religião). É claro que uma religiosidade automatizada e sem significado, que não consiga levar nenhum de seus conceitos para a prática verdadeira, também não é algo bom. Infelizmente, os apologétas modernos são vistos dessa forma. Somos os neo-fariseus sob os olhos de muita gente e, tanto em conduta quanto em discurso, precisamos, constantemente, refutar isso.
2-      Apologétas são do contra. Não é preciso nenhum curso acadêmico para notar que o cristianismo no Brasil sofre com vários cânceres que foram trazidos para dentro da igreja (teologia da prosperidade, confissão positiva, liberalismo teológico, etc.). É natural que aqueles que queiram defender a fé cristã tenham que, por diversas vezes, se colocar contra movimentos gigantes. Por isso, normalmente, recebemos o cunho de do contra.
3-      Apologétas são espiritualmente frios. Isso acontece porque o cristão brasileiro, em geral, ainda não entendeu que tudo o que se faz dentro da igreja é algo (supostamente) teocêntrico e, portanto, teológico, e que há teologia boa e má. Em geral, quem ganha um pouco mais de aprofundamento teológico e passa a ser mais crítico em relação ao que se faz dentro da igreja fica taxado de frio (sem necessariamente o ser).

           4- Apologétas deveriam evangelizar em vez de falar mal dos outros. Imagino que toda vez que                  surja um texto refutando alguma heresia, as pessoas que vivem enganadas pela heresia já pensam                 “lá vêm as cinco páginas de alguém que deveria estar nas ruas evangelizando em vez de                     ficar num computador escrevendo”. É importante que as pessoas entendam que, na maioria                    das vezes, as pessoas que escrevem textos enormes refutando heresias já evangelizam e ensinam                   nas suas igrejas e fora delas. Eles não estão fazendo isso para “fugirem” do ide.

Um comentário:

  1. Religião do latim religare significa ligar de novo, Religar, no nosso contexto a obra de Cristo nos Religa a Deus! (Onde dantes fomos "desligados" pelo pecado)

    Paz seja convosco

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